quinta-feira, 12 de março de 2009

Chega

Eu sou o que? Quero lá saber o que sou.
para mim basta saber o meu nome, e escreve-lo num papel para por na carteira (não posso andar com bi, perco-o logo e é chato estar a ir sempre à lojinha pedir mais papel e tirar a tal foto bonita para ficar uma boa postura, quero la saber da boa postura, porra), quero é cansar as pernas e suar.
já me encheram de mariquisses, porra para as merdas que vos melgam as cabeças, deixem de implicar. Deixem mesmo. Tou já cansado de moerem os ouvidos com os romances e com as criticas, e com todos os "inhos" chatos e mesquinhos que metem em cada frase. Porquê? Deve ser só para falar, só pode.
não percebo, deixem-se estar, ouçam o vento e os ombros a chiar ou então vivam de coisas fáceis, fumem qualquer coisa, bebam ou encharquem-se com o vinho do outro mas fiquem com isso e comemorem, porra. Deixem um sorriso que dão-vos outro.
sinto que por mim chegou, para mim já não faz sentido estar a teorizar uma conversa mastigada, quero lá saber.
para mim chegou mesmo, e eu quero é estar bem comigo e contigo.

este é mesmo o fim desta coisa, já não preciso disto e percebi que acabou.
vou só viver, e só o hoje e o amanhã é o depois do hoje.
Vou só viver e estar bem como estou agora.

sábado, 28 de fevereiro de 2009

adoro a loucura

perdição que são estes sonhos macambúzio e surreais
nem sei bem o que é macambúzios mas isso descreve bem aquele acordar constante e incomodativo que tive hoje.
vim da caverna até ao sol radiante, ou a uma luz meia-estranha de uma forma que só o subconsciente sabe
foi de tremer tanto, de estar mesmo lá junto ao meu olhar que isto tudo aconteceu, da maneira tão refrescante e desesperante (indícios de suor)
mexia comigo a pensar que era mesmo eu que estava naquele cenário, tipo folha de jornal já gasta pelas mãos alheias de toda a gente que queria se rir um pouco para quebrar um pouco a melancolia. Lenço, espirro, salto, correr com cores, com olhares de pessoas e de javalis. Javalis medonhos.
era um desenho infinito, aqueles macabros onde abusam com o pastel de óleo até parecer uma superfície rochosa cheia de vida.
as 4 levantei-me, para dar umas três ou quatro voltas pelo quarto para pensar de uma forma tão inocente que iria perceber aquela zaragata toda. Era demais, eram círculos e triângulos a correrem muito mais rápido que eu, tipo carroceis para crianças quando estão com o chupa-chupa colorido ou com a chupeta que a mãe dá para não chorarem. Quis voltar a viver naquele quadro que ninguém compreende, quis estar lá e pisar o que fosse para pisar e continuar a dar voltas e voltas como se de um parque para adultos, e de pessoas perdidas se tratasse.
era um quadro demasiado paradoxo e violento com algumas palavras por inventar.

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

o mapa do meu pai

fica com tudo.
podes levar que peço-te por mais que muitos
os papeis, o copo com restos de capuccino, a minha secretária e até as paredes
deixa-me só o céu e as minhas pernas toscas.
e se não for pedir muito o meu bloquinho amarelo,
só naquela de apontar, sabes?
barbudo.

sábado, 14 de fevereiro de 2009

palavreado feio

percebi que depois daquela viagem meia-qualquer coisa que queria mais aquilo, e poder dizer que não quero ir para ali porque me apetece, mas por ter vivido lá e ter oportunidade de ter cheirado. QUERO PERTENCER AO MUNDO, quero cheirar água de Tamisa, subir as árvores da Amazónia e descalçar-me no deserto de Austrália.
agora, se me perdoarem apeteceu-me MIJAR na Oxford street, no meio da rua, mostrar o CÚ para as câmaras dos bus tão típicos, aquelas de cor rosada quando dá sol para aqueles que estão nos circuitos fechados de TV a observar os outros e que só estão a coçar e a coçar, isso e de de roubar o chocolate do supermercado.
quero cada vez mais isto e levar comigo o meu jambé e as minhas sapatilhas rotas e ouvir mais uma vez a minha avó dizer que sou um maluco (eu entendo como irresponsável porque sei que o sou) e que devo ter cuidado.
então hoje (de uns tempos para cá) reparo que não tenho jeito nenhum para fazer coisas a tempo, é preciso mais este papel e mais o papel cor-de-rosinha porque lá tem um carimbo diferente e a assinatura da minha mãe e a outra assinatura da minha mãe e o testículo do vizinho. deixem-se de merdas caralho. não estou para vos fazer cóceguinhas no umbigo na terça de tarde, só porque exigem.
Exiges para a tua mãe, aliás, vocês grandes estão dependentes dos pequenos e nós seremos sempre pequenos e não precisamos das vossas mãos delicadas e do vosso lencinho para enganar o outro, usamos os dedos, cheiramos até não puder mais, e amassamos o que queremos para comer para sentir os cereais e a casca dura do pão integral e da maça do sô Alfredo.

domingo, 1 de fevereiro de 2009

continua

nao, dogmas nao.
para os que a simplicidade chega e que se servem dela é que eu vejo e sinto que vale a pena.
vale a pena não é pelo progresso de como este ou aquele disse primeiro "progresso" ou "insanidade" ou por estarem a consumir branca às tantas horas com amigos, num ambiente próprio deles; é por outra coisa.
A coisa que nós temos é dificil de falar, realmente nunca consegui, eu receio-a e desfruto-a ao mesmo tempo, são dois sentimentos fortes para mim. (não sei fazer a minha biografia, não gosto simplesmente pensar que vou mudar o mundo que não vou)
Para mim basta,
basta para os meus amigos os do ocidente
do este de Austrália,
os do norte e até os outros menos conhecidos.
É algo sem igual. É tudo.

não precisamos de nada, já temos o que queremos. (os amigos estão na deles, como querem)
só um par de coisas tipo imagens que Warhol deu ao mundo, nas ruas da América e mais nada. foge dos dogmas, e tira os botões da camisa e vem ter comigo que preciso de pessoas descalças e felizes :)

sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

o meu andar.

Não sei escrever e sei que não preciso
sabe-me bem até escrever mal e deixar me ler com as moedas pretas que tenho no bolso escuro com um índice de textura pouco evidente
A miúda amarela é que me disse realmente que o céu é roxo e que as as verdadeiras coisas são as que não se vêm, são as que não são ditas e as que não são numeradas por tópicos e descritas à exaustão. (essas qualquer um sabe e não teria piada)
os outros é que têm piada e da grande mesmo. mas foi o que me disse à uns tempos quando ainda andava pelo céu azul escuro da noite a saltar com uma enorme à vontade e à espera da próxima subida para ver a janela do trigésimo terceiro andar e o poste curvo que os rascunhos a caneta bic preta da banda desenhada lhe dizem. ela até que é marota e diz-se que o é. Eu gosto imenso dela mas às vezes acho-a um pouco insuportável pelo bem estar em demasia que me faz sentir. Quando estou assim, estou mais alto que todos, não por ser melhor ou pior, mas pelo espírito e pela capacidade de conseguir sobrevoar.
Também, nestes momentos sou esperto (um bocado sorrateiro como ela) e ponho-me descalço para sentir com todos os "outros" o verde da relva a fazer-me cócegas.
Em grande parte acho que ela tem piada só porque me diz que é só por isto.
Isto que é tão bom não ser objectivo e definitivo.

Ela,
ela é a minha cabeça.

sábado, 17 de janeiro de 2009

nuvem amarela como os post-its do meu quarto, ou então só amarelo

já tenho o bichinho ou então sou eu que anseio por te-lo
mas quero que seja em breve que acorde e que deixe as cores mortas e as formas já mais que vistas para ter o magenta e os amarelos ofegantes.
Acho que foi a primeira segunda feira que me fez ver as coisas com outra perspectiva até porque achei piada a isto de intervir num espaço que uso tantas vez. (mas agora outra coisa sem ser caixotes e fita cola que não cola)
que viagem, isto de flutuar antes e depois do dia até porque já me perco - bem disse que não era isto que me ia alterar até me ajudou a crescer e a tornar-me mais audaz naquilo que tinha medo de gritar
ora, antes de Abril de 63 tenho de fazer tudo, isto de saber que só tenho 55 anos de vida é um bocadinho incomodativo mas como me conheço corto o cabelo amanhã e esqueço-me do que pensei. (normalmente tenho esta estranha sensação de não ser organizado e da super-produção-super-produção da industria nas pessoas já mecanizadas)
até gostei de me sentir um elemento orgânico de natureza nestas quase noventa e quatro horas sempre em movimento, sem ver planos horizontais
não os podia sequer imaginar nem sonhar porque não tinha tempo para isso
apesar dos filmes das coincidências que nos "emprenham" quando miúdos foi bom tudo não se ter passado até porque era um bocado chato o assalto e todos os filmes que se passam de noite terem levado pelas ruelas mais obscuras e mais desnorteadas.
vá lá, que tivemos aquela subjectividade a que chamamos como?
a sorte, é isso.