sábado, 28 de fevereiro de 2009

adoro a loucura

perdição que são estes sonhos macambúzio e surreais
nem sei bem o que é macambúzios mas isso descreve bem aquele acordar constante e incomodativo que tive hoje.
vim da caverna até ao sol radiante, ou a uma luz meia-estranha de uma forma que só o subconsciente sabe
foi de tremer tanto, de estar mesmo lá junto ao meu olhar que isto tudo aconteceu, da maneira tão refrescante e desesperante (indícios de suor)
mexia comigo a pensar que era mesmo eu que estava naquele cenário, tipo folha de jornal já gasta pelas mãos alheias de toda a gente que queria se rir um pouco para quebrar um pouco a melancolia. Lenço, espirro, salto, correr com cores, com olhares de pessoas e de javalis. Javalis medonhos.
era um desenho infinito, aqueles macabros onde abusam com o pastel de óleo até parecer uma superfície rochosa cheia de vida.
as 4 levantei-me, para dar umas três ou quatro voltas pelo quarto para pensar de uma forma tão inocente que iria perceber aquela zaragata toda. Era demais, eram círculos e triângulos a correrem muito mais rápido que eu, tipo carroceis para crianças quando estão com o chupa-chupa colorido ou com a chupeta que a mãe dá para não chorarem. Quis voltar a viver naquele quadro que ninguém compreende, quis estar lá e pisar o que fosse para pisar e continuar a dar voltas e voltas como se de um parque para adultos, e de pessoas perdidas se tratasse.
era um quadro demasiado paradoxo e violento com algumas palavras por inventar.

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

o mapa do meu pai

fica com tudo.
podes levar que peço-te por mais que muitos
os papeis, o copo com restos de capuccino, a minha secretária e até as paredes
deixa-me só o céu e as minhas pernas toscas.
e se não for pedir muito o meu bloquinho amarelo,
só naquela de apontar, sabes?
barbudo.

sábado, 14 de fevereiro de 2009

palavreado feio

percebi que depois daquela viagem meia-qualquer coisa que queria mais aquilo, e poder dizer que não quero ir para ali porque me apetece, mas por ter vivido lá e ter oportunidade de ter cheirado. QUERO PERTENCER AO MUNDO, quero cheirar água de Tamisa, subir as árvores da Amazónia e descalçar-me no deserto de Austrália.
agora, se me perdoarem apeteceu-me MIJAR na Oxford street, no meio da rua, mostrar o CÚ para as câmaras dos bus tão típicos, aquelas de cor rosada quando dá sol para aqueles que estão nos circuitos fechados de TV a observar os outros e que só estão a coçar e a coçar, isso e de de roubar o chocolate do supermercado.
quero cada vez mais isto e levar comigo o meu jambé e as minhas sapatilhas rotas e ouvir mais uma vez a minha avó dizer que sou um maluco (eu entendo como irresponsável porque sei que o sou) e que devo ter cuidado.
então hoje (de uns tempos para cá) reparo que não tenho jeito nenhum para fazer coisas a tempo, é preciso mais este papel e mais o papel cor-de-rosinha porque lá tem um carimbo diferente e a assinatura da minha mãe e a outra assinatura da minha mãe e o testículo do vizinho. deixem-se de merdas caralho. não estou para vos fazer cóceguinhas no umbigo na terça de tarde, só porque exigem.
Exiges para a tua mãe, aliás, vocês grandes estão dependentes dos pequenos e nós seremos sempre pequenos e não precisamos das vossas mãos delicadas e do vosso lencinho para enganar o outro, usamos os dedos, cheiramos até não puder mais, e amassamos o que queremos para comer para sentir os cereais e a casca dura do pão integral e da maça do sô Alfredo.

domingo, 1 de fevereiro de 2009

continua

nao, dogmas nao.
para os que a simplicidade chega e que se servem dela é que eu vejo e sinto que vale a pena.
vale a pena não é pelo progresso de como este ou aquele disse primeiro "progresso" ou "insanidade" ou por estarem a consumir branca às tantas horas com amigos, num ambiente próprio deles; é por outra coisa.
A coisa que nós temos é dificil de falar, realmente nunca consegui, eu receio-a e desfruto-a ao mesmo tempo, são dois sentimentos fortes para mim. (não sei fazer a minha biografia, não gosto simplesmente pensar que vou mudar o mundo que não vou)
Para mim basta,
basta para os meus amigos os do ocidente
do este de Austrália,
os do norte e até os outros menos conhecidos.
É algo sem igual. É tudo.

não precisamos de nada, já temos o que queremos. (os amigos estão na deles, como querem)
só um par de coisas tipo imagens que Warhol deu ao mundo, nas ruas da América e mais nada. foge dos dogmas, e tira os botões da camisa e vem ter comigo que preciso de pessoas descalças e felizes :)